R: A importância do planejamento é mais que fundamental para as atividades docentes. Imagine tentar construir um prédio sem a planta, a relação dos materiais a serem utilizados na construção? Fatalmente, ou o edifício cairá, ou não sairá da imaginação do construtor. Assim, como tudo na vida, a atividade docente também necessita de planejamento. O planejamento de aulas deve ser elaborado por semestres, e acompanhado rigorosamente para possíveis correções, caso necessário.
P: Qual a importância da metodologia para o processo ensino-aprendizagem?
R: Boa pergunta. Ela complementa a resposta anterior. Imagine construir o mesmo prédio sem um método de trabalho? O que deve chegar e ser feito primeiro na obra? E nas etapas seguintes? A metodologia na aplicação das aulas deve constar no planejamento, desde a forma como serão executadas as aulas, quais tipos de exercícios e quais recursos serão utilizados. Hoje, temos uma infinidade de recursos que eram completamente inexistentes no passado, e podemos nos valer de recursos multimídia e da Internet com grande desenvoltura. Eu sou completamente a favor dessas novas tecnologias e as utilizo muito. Na minha área docente, que é o Empreendedorismo, utilizo com grande sucesso a metodologia APA (Aprendizagem por Ação), que é o aprender fazendo, com o apoio de Business Games e simulações de ambientes empresariais, entre outros métodos. A tecnologia atual tem favorecido em muito minhas aulas.
P: Como é realizado o planejamento em sua escola? Elabora plano de aula?
R: Fazemos dois planejamentos semestrais, sempre nos meses das férias escolares. Todos os docentes se reúnem no Laboratório de Informática para essa tarefa, o que permite uma rica troca de idéias, opiniões e experiências. Na verdade, trabalhamos em equipe, de forma multidisciplinar. Afinal, preparamos alunos para a vida, e a vida é multidisciplinar.
P: Quais os aspectos considerados no processo avaliativo?
R: No meu caso específico, em virtude da disciplina Empreendedorismo, avalio o desempenho dos alunos de maneira ampla, desde a aquisição dos conceitos e conteúdos do tema até análises de cenários e situações, bem como considero o exercício de iniciativas e inovações possíveis na criação de novos negócios e atividades escolares. Como disse anteriormente, procuro ter visão global, multidisciplinar.
P: Quais as estratégias utilizadas junto aos alunos que apresentam dificuldades na apropriação dos conhecimentos?
R: Em minha opinião, não existe um padrão, pois cada grupo de alunos é um grupo em particular, com características muito próprias. O docente é quem tem que perceber o funcionamento de cada grupo em que atua para poder traçar suas estratégias de ensino. No caso particular de alunos que apresentam dificuldade de aprendizado, cabe ao docente primeiro tentar solucionar o problema, dando especial atenção ao aluno. Caso isso não seja suficiente, deve encaminhar o problema para a orientação pedagógica.
P: Quais os maiores desafios ou dificuldades em relação ao seu trabalho?
R: Isso também depende de cada grupo e do ambiente. Se estivermos atuando com universitários ou adultos, o trabalho se torna consideravelmente mais fácil, haja vista que se trata de um público mais responsável, que sabe o que quer em termos de estudos e aquisição de conhecimentos. Agora, quando falamos de pré-adolescentes e adolescentes, o cenário é completamente diferente, pois esse público vai para a escola por uma obrigação imposta pelos pais, o que torna o estudar muitas vezes chato, levando esse público a comportamentos não adequados em sala de aula, principalmente a indisciplina, o “bullying” e o uso de aparelhos eletrônicos em sala de aula. Assim, o maior desafio é encontrar um método que estimule a curiosidade de pré-adolescentes e adolescentes a se interessarem pelas matérias e, por conseqüência, manterem um comportamento adequado em sala de aula.
P: Como você se atualiza para o exercício do magistério?
R: No colégio onde atuo temos, além de reuniões e pequenos seminários nos períodos de planejamento, uma Jornada Pedagógica anual, onde são abordados diversos temas visando à reciclagem do corpo docente. Particularmente, procuro estar sempre atualizado em minha disciplina, seja pela Internet e publicações sobre o tema. Com a tecnologia, principalmente a Internet, o conhecimento foi discriminalizado e o professor deixou de ser o todo-poderoso detentor do conhecimento para assumir o papel daquele que orienta e dá o caminho ao aluno. Afinal, ninguém ensina nada a ninguém. É o indivíduo que aprende.
P: Faça uma avaliação de seu trabalho como professor.
R: Ser professor para muitos é conseqüência de uma opção. Para mim, é perseguir o sonho de dividir os poucos conhecimentos que venho acumulando, visando uma sociedade mais moderna e mais justa.Obrigado pela oportunidade da entrevista. Caso se interesse em conhecer melhor meu trabalho, acesse http://www.wilsonsantostreinamentos.weebly.com . Se gostar, indique aos amigos. Se não gostar, indique aos inimigos, ok?Um grande abraço e até outra oportunidade.