Sempre que ouvimos a palavra jogo nos vem à idéia competição, regras, pontuação, vencedor e prêmio. Esses aspectos são altamente motivadores e levam, naturalmente, os participantes a competirem, muitas vezes acirradamente, em busca da vitória. O empate, em jogos onde essa possibilidade é admitida, leva sempre a novas partidas, até que haja um vencedor.
O uso dos jogos em treinamentos estimula os participantes através do lúdico e do caráter competitivo, dando lugar à criatividade e o desenvolvimento de estratégias, tornando as atividades prazerosas e divertidas, mas com objetivos muito claros para cada equipe ou participante, de forma intrínseca e subjetiva: a vitória; o pódio; o reconhecimento por ser o melhor; o primeiro lugar.
Uma vez que haja um vencedor os demais competidores passam, automaticamente, ao segundo plano, com mérito menor, por não terem sido capazes de vencer e, portanto, com a nítida sensação do erro, da falha, da incompetência, remoendo seu fracasso e planejando estratégias para uma, desde já, tão sonhada revanche.
O “jogo pelo jogo” não traz resultados positivos em treinamento e já vivenciei, e até tive oportunidade aplicar, programas em que os desenvolvedores ou organizadores, por inexperiência ou desconhecimento, utilizaram jogos altamente competitivos sem a nítida preocupação de que o ponto alto do treinamento não é o jogo em si, mas a integração e a cooperação entre participantes e equipes, mesmo que aparentemente oponentes naquela disputa, pois, o objetivo fundamental da utilização da ferramenta jogo é promover, juntamente com a motivação e a obtenção de conteúdo, a aquisição de conceitos, comportamentos e atitudes desejadas. Qualquer jogo estimula a competitividade, mas a competitividade excessiva sempre traz prejuízos e há muito vem sendo estudada e questionada.
Lembro-me de que nas oportunidades em que apliquei programas com jogos excessivamente competitivos tive a necessidade de me valer de técnicas e conteúdos adicionais que levassem os participantes a refletirem sobre novas possibilidades criativas de se chegar a um final de jogo onde todos fossem vencedores, o que é muito diferente de um empate.
O novo paradigma para o treinamento através dos jogos é o Jogo Cooperativo onde a vitória pode (e deve) ser alcançada quando um jogador ajuda o outro a vencer, a fim de que ambos possam vencer juntos. Isto sim é o que chamamos de comportamento ganha/ganha.
Wilson Santos
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Maio 2017
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